sábado, 19 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DMU



 

Diante de estudos e pesquisas realizadas podemos dizer que Surdocegueira e Deficiência Múltipla possuem suas características diferentes, ressaltando de ante mão, que as pessoas com surdocegueira não são classificadas como múltiplas, devido a oportunidade que ela têm com o meio e com as pessoas adequadamente.

Considera-se Surdocegueira aquela em que o indivíduo apresenta perda auditiva e visual em diversos graus, levando a pessoa a desenvolver formas de comunicação para entender e interagir com as pessoas e o meio em que ela vive. A surdocegueira é classificada como congênita e Adquirida.

A surdocegueira congênita é quando a criança nasce ou adquire a surdocegueira antes da aquisição de uma língua, como por exemplo pela rubéola adquirida no ventre da mãe. A surdocegueira adquirida é quando a criança, jovens e adultos a adquire após aquisição de uma língua, ou seja, a pessoa nasce ouvinte e vidente, e por alguns fatores adquire a surdocegueira.

A deficiência Múltipla caracteriza como um conjunto de duas ou mais deficiências associadas à ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social.

Outro fator importante de esclarecermos é que a surdocegueira não é uma deficiência Múltipla, porque a pessoa que nasce com surdocegueira ou aquela que adquire não recebe as informações sobre o que está a sua volta de maneira fidedigna, precisando de mediação de comunicação para poder receber, interpretar e conhecer tudo ao seu redor. Já a deficiência Múltipla não é garantido que tais informações cheguem a pessoa de forma fidedigna, tendo o apoio a visão e ou audição, como ponto de referência.

Tanto para as pessoas com surdocegueira como para a deficiência Múltipla necessitam de um trabalho bem planejado e organizado que podem seguir as seguintes etapas: Iniciar as instruções das mais simples para as mais complexas; Dividir as instruções em etapas; Partir do concreto para o mais abstrato; Respeitar o ritmo de aprendizagem; Repetir as instruções em situações variadas e de formas diversificadas; Explicar o que poderá acontecer em situações novas, como por exemplo, no início da aula de educação física, as regras de um novo jogo; Dar suporte e orientação aos que cuidam da pessoa com deficiência.





O ponto de partida para qualquer aprendizagem tanto para as crianças surdocegas como para as crianças com deficiências múltiplas é a comunicação. Pois como se sabe, a comunicação é um processo interpessoal, precisando de estabelecer vínculos com os outros, e tal procedimento acontece de diferentes maneiras e, segundo as possibilidades comunicativas de cada um, podendo acontecer com movimentos do corpo, utilizando objetos do ambiente ou desenvolvendo um código linguístico. Para tanto é necessário organizar seu mundo por meio do estabelecimento de rotinas claras e uma comunicação adequada, bem como desenvolver atividades de maneira multissensorial, garantindo aproveitamento de todos os sentidos e que seja, atividades que proporcionem uma aprendizagem significativa com oportunidades de generalizar para outros ambientes e pessoas. Diante desses pressupostos precisamos de princípios facilitadores da aprendizagem para uma aprendizagem significativa podendo ocorrer da seguinte maneira: Deixar que a pessoa experimente o sucesso; Promover atividades que favoreça a participação da criança para trabalhar; Proceder de modo sistemático; Proporcionar transferência (generalização) positiva de conhecimento de uma situação para a outra e favorecer o planejamento motor com pistas.

Segundo Kauffman só aprendemos quando motivados, por isso a chave para a sucesso chama-se Motivação. A possibilidade de se comunicar e ser ouvido, de ter oportunidade de fazer escolhas dentro de uma rotina previsível, podem levar a pessoa a perceber que tem controle sobre sua vida, nem que seja uma pequena parte, o que é altamente motivante. Por isso Kauffman afirma "Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades".